CIRURGIA ROBÓTICA E NEGATIVA PELO PLANO DE SAÚDE: COMO UM MÉDICO ASSISTENTE TÉCNICO PODE AJUDAR?
A cirurgia robótica é uma técnica moderna e avançada que pode trazer benefícios como maior precisão, menor risco de complicações e recuperação mais rápida. No entanto, os pacientes encontram dificuldades frequentes quando seus planos de saúde negam a cobertura desse procedimento, mesmo quando possuem indicação precisa pelo médico cirurgião que já vem acompanhando o caso.
O que o paciente pode fazer?
Inicialmente, devemos compreender que as cirurgias por via aberta, laparoscópica e robótica apresentam vantagens e desvantagens para o paciente, e podem ter indicações conforme as o tipo de cirurgia e as condições do paciente. Vejamos uma comparação resumida entre esses 3 tipos de cirurgia:
1 - Via Aberta:
Vantagens:
- Maior acesso e visibilidade durante a cirurgia.
- Melhor para procedimentos complexos ou em situações de emergência.
- Menor risco de falhas técnicas ou necessidade de conversão em cirurgias mais avançadas.
Desvantagens:
- Recuperação mais longa e dolorosa.
- Maior risco de complicações, como infecções e lesões nos tecidos.
- Cicatriz maior e mais visível.
- Maior tempo de internação.
2 - Via Laparoscópica:
Vantagens:
- Menor invasividade (múltiplas pequenas incisões).
- Recuperação mais rápida e menos dolorosa.
- Menor risco de infecção e complicações pós-operatórias.
- Cicatrizes menores e mais discretas.
Desvantagens:
- Requer habilidade técnica avançada do cirurgião.
- Menor visibilidade, o que pode dificultar a realização de certos tipos de cirurgia.
- Pode ser mais difícil em casos de anatomia complexa ou obesidade.
3 - Via Robótica:
Vantagens:
- Precisão aprimorada e controle do cirurgião (movimentos mais finos).
- Visualização 3D e aumento da área operada.
- Menor invasividade, com incisões pequenas e cicatrizes discretas.
- Menor tempo de recuperação e risco reduzido de complicações.
Desvantagens:
- Maior custo (tecnologia cara).
- Necessidade de treinamento especializado do cirurgião.
- Dependência da tecnologia, com riscos em caso de falhas técnicas.
Cada abordagem tem suas indicações específicas, e a escolha depende das condições do paciente e características da doença, do tipo de cirurgia e da experiência do cirurgião.
Atualmente, a cirurgia robótica tem sido utilizada em várias especialidades, com destaque para as seguintes áreas:
- Urologia: Prostatectomia radical (remoção da próstata em casos de câncer), nefrectomia (remoção de parte ou de todo o rim) e Cistoprostatectomia (remoção da bexiga e próstata).
- Ginecologia: Histerectomia (remoção do útero), miomectomia (remoção de miomas uterinos), cirurgia para endometriose.
- Cirurgia Geral: Colecistectomia (remoção da vesícula biliar), Cirurgias bariátricas (como a gastrectomia vertical), Ressecção de tumores intestinais.
- Cirurgia Torácica: Lobectomia pulmonar (remoção de parte do pulmão), ressecção de tumores no esôfago e pulmões.
- Ortopedia: Substituição de joelho e quadril (artroplastias), cirurgia de coluna (como fusões espinhais),
- Cirurgia Cardíaca: Cirurgia de revascularização do miocárdio (bypass coronário), correção de defeitos cardíacos como a substituição de válvulas.
Essas áreas estão na vanguarda do uso de tecnologia robótica, especialmente pela precisão, menores cicatrizes e recuperação mais rápida proporcionadas por esses procedimentos. A escolha entre cirurgia laparoscópica e robótica pode também ter um impacto significativo no tratamento. Vejamos as principais diferenças técnicas para o cirurgião:
Característica | Laparoscópica | Robótica |
|---|---|---|
Instrumentação | Pinças retas e rígidas, com mobilidade limitada | Pinças articuladas com 7 graus de liberdade, permitindo movimentos mais precisos |
Controle dos Instrumentos | O cirurgião manipula diretamente os trocartes e instrumentos | O cirurgião controla os instrumentos por um console remoto |
Visão Cirúrgica | Câmera 2D ou 3D, mas com menor ampliação | Câmera 3D de alta definição com aumento e estabilidade superiores |
Ergonomia para o Cirurgião | Posição desconfortável, com fadiga em cirurgias prolongadas | Posição mais ergonômica, reduzindo fadiga |
Precisão e Filtros de Tremor | Tremores manuais podem ser transmitidos aos instrumentos | Sistema filtra tremores, aumentando a precisão |
Curva de Aprendizado | Relativamente mais curta para cirurgiões experientes | Mais longa, exigindo treinamento específico |
O Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990) estabelece que operadoras de planos de saúde não podem negar procedimentos médicos prescritos, quando houver cobertura contratual para a patologia. Além disso, a Lei dos Planos de Saúde (Lei nº 9.656/1998) determina que as operadoras devem cobrir procedimentos previstos no rol da ANS, que pode incluir a cirurgia robótica em determinados casos.
Como um Médico Assistente Técnico Especialista em Cirurgia e em Perícias Médicas pode auxiliar nessas demandas? Atuando em conjunto com o Advogado, de preferência Especialista em Direito Médico, e também com o paciente, Médico Assistente Técnico pode realizar:
- Análise do caso ? Revisão do histórico médico e a justificativa da cirurgia robótica;
- Elaboração de Quesitos ? Perguntas decisivas para o Perito do caso, direcionadas a um resultado positivo;
- Elaboração de Parecer Técnico ? Produção de um Laudo baseado em evidências médicas;
- Acompanhamento pericial ? Suporte técnico ao longo de processos judiciais e administrativos;
- Assessoria na contestação da negativa ? Auxílio na preparação de recursos e argumentação técnica relacionada à negativa do plano de saúde.
A atuação do Médico Assistente Técnico pode ser essencial para garantir o acesso ao tratamento adequado. Caso esteja enfrentando uma negativa de cirurgia robótica, o suporte especializado pode ser um passo importante para defender o seu direito à saúde e à vida.
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