MORTE EM CIRURGIA PLÁSTICA - QUAIS SÃO AS CAUSAS MAIS COMUNS?
As cirurgias plásticas são geralmente consideradas seguras, mas como qualquer procedimento cirúrgico, podem ter complicações graves, incluindo risco de morte.
É importante lembrar que a maioria das cirurgias plásticas são seguras quando realizadas por cirurgiões qualificados, que devem possuir pelo menos o RQE em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica (consulte o RQE do médico no site do CFM em "busca por médicos"). Devem ser realizadas em instalações adequadas e com todas as medidas de segurança adequadas.
Algumas das causas mais comuns de morte de paciente em cirurgias plásticas incluem:
1 - Complicações anestésicas: são uma das principais causas de mortalidade em cirurgias plásticas. A anestesia geral é o tipo de anestesia mais comum utilizada em cirurgias plásticas e pode apresentar riscos para pacientes com doenças cardíacas, pulmonares, renais ou hepáticas. Além disso, pacientes que fumam, têm excesso de peso ou histórico de apneia do sono têm maior risco de complicações anestésicas.
2 - Embolia gordurosa: é uma complicação rara, mas potencialmente fatal, que pode ocorrer após a lipoaspiração. Quando a gordura é removida com a cânula, ela pode entrar na corrente sanguínea e se espalhar por todo o corpo, causando obstrução de pequenos vasos sanguíneos. Isso pode levar a complicações graves, como coagulação intravascular disseminada (CID), embolia pulmonar e insuficiência respiratória aguda.
3 - Tromboembolismo venoso (TEV): é uma complicação comum em cirurgias plásticas e pode levar a complicações graves, incluindo morte. A cirurgia e a imobilização prolongada após a cirurgia aumentam o risco de TEV. Os pacientes com história prévia de TEV, obesidade, idade avançada, doença vascular e uso de contraceptivos orais apresentam maior risco de TEV.
4 - Infecção: é uma complicação comum em cirurgias plásticas, especialmente em cirurgias que envolvem a colocação de próteses ou o uso de enxertos. As infecções podem levar a complicações graves, como sepse, necrose tecidual e falência de órgãos. Os pacientes com sistema imunológico comprometido, obesidade, diabetes e tabagismo apresentam maior risco de infecção.
5 - Hemorragia: é uma complicação potencialmente fatal em cirurgias plásticas, especialmente em cirurgias que envolvem grandes quantidades de tecido ou sangramento. Os pacientes que tomam medicamentos anticoagulantes ou antiplaquetários têm maior risco de hemorragia. A hemorragia pode levar a choque hipovolêmico e óbito.
6 - Complicações respiratórias: podem ocorrer em cirurgias plásticas, especialmente em pacientes que fumam, têm excesso de peso ou apresentam doenças respiratórias prévias. As complicações respiratórias incluem atelectasia, pneumonia e insuficiência respiratória aguda.
7 - Complicações alérgicas: também podem ocorrer em cirurgias plásticas, principalmente em procedimentos que envolvem o uso de implantes ou próteses, como a mamoplastia de aumento. As reações alérgicas podem ser leves ou graves, como anafilaxia, e podem levar a complicações respiratórias e cardiovasculares.
É importante lembrar que cada paciente é único e pode apresentar diferentes riscos e complicações em cirurgias plásticas. Por isso, é fundamental que os pacientes sejam avaliados cuidadosamente antes da cirurgia e que sigam todas as orientações e recomendações do cirurgião plástico para minimizar o risco de complicações.
Nos casos de morte durante cirurgia plástica (ou após), o serviço do Médico Perito e do Médico Assistente Técnico Judicial é crucial na determinação da causa da morte, bem como no estabelecimento de responsabilidades e na determinação da indenização apropriada.
CONHEÇA OS NOSSOS SERVIÇOS!
Autorizada a reprodução total ou parcial deste artigo, desde que citada a fonte como referência, da seguinte maneira:
FONTE: www.fernandoesberard.com
Referências bibliográficas:
- ADAMS, W. P. Jr.; RICKS, M. J. Infections in Plastic Surgery. Plastic and Reconstructive Surgery, v. 132, n. 2, p. 411-423, 2013.
- AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS TASK FORCE ON PREANESTHESIA EVALUATIONPractice Advisory for Preanesthesia Evaluation: A Report by the American Society of Anesthesiologists Task Force on Preanesthesia Evaluation. Anesthesiology, v. 96, n. 2, p. 485-496, 2002.
- BEHLAU, M. S. et al. Respiratory Complications in Plastic Surgery. Plastic and Reconstructive Surgery, v. 144, n. 4, p. 926-936, 2019.
- DE MARTINO, R. R. et al. Infections in Aesthetic Plastic Surgery: An Analysis of 350 Consecutive Cases. Aesthetic Surgery Journal, v. 35, n. 7, p. 862-870, 2015.
- DUNCAN, D. I.; PLOTKIN, M. C.; CASTILLO, R. S. Fat embolism syndrome following liposuction: a case report and review of the literature. Aesthetic Surgery Journal, v. 26, n. 6, p. 788-794, 2006.
- GUPTA, S. et al. Plastic Surgery and Hemorrhage: A Comprehensive Review of the Literature. Aesthetic Surgery Journal, v. 38, n. 9, p. 969-981, 2018.
- HUNTINGTON, C. R.; DUMONT, T. M.; LEMOLE, G. M. Management of Complications in Cranial Neurosurgery. Anesthesiology Clinics, v. 28, n. 2, p. 321-337, 2010.
- LAGOS, G. G. et al. Preoperative Venous Thromboembolism Risk Assessment in Plastic Surgery. Plastic and Reconstructive Surgery, v. 132, n. 5, p. 1319-1327, 2013.
- MILES, D. A.; MCKENNA, S. J. Perioperative Complications in Plastic Surgery. Plastic and Reconstructive Surgery, v. 131, n. 1, p. 10e-20e, 2013.
- NELSON, J. A. et al. Pulmonary complications of plastic surgery. Plastic and Reconstructive Surgery, v. 122, n. 6, p. 245e-252e, 2008.
- NISHIMOTO, G.; WIEDEMAN, J.; HAMM, C. E. Venous Thromboembolism in Aesthetic Surgery: A Review of the Literature. Aesthetic Surgery Journal, v. 37, n. 3, p. 347-356, 2017.
- ROGERS, P. L.; BLANKENSHIP, C. L.; TOMASZEWSKI, C. A. Fat Embolism Syndrome following Liposuction Surgery. Annals of Plastic Surgery, v. 59, n. 3, p. 314-319, 2007.
- WILKERSON, E. C. et al. Anaphylaxis and Hypersensitivity Reactions During Aesthetic Plastic Surgery. Aesthetic Surgery Journal, v. 35, n. 2, p. 146-155, 2015.
- WOBIG, R. M. et al. Late Results Following Breast Augmentation with Saline-Filled Implants: A Retrospective Analysis. Plastic and Reconstructive Surgery, v. 116, n. 1, p. 81-87, 2005.